quinta-feira, março 06, 2008

Os seis signos da luz - 2.5

Os seis signos da luz
(The Seeker: the dark is rising, 2007)


Se você gosta de filmes de fantasia, não assista este. É de cortar o coração de quem ama o gênero. Lançado na onda de As Crônicas de Nárnia (The Chronicles of Narnia: The Lion, the Witch and the Wardrobe, 2005) e A Bússola de Ouro (The Golden Compass, 2007), o filme é espaço mais do que comum do começo ao fim. Sério, eu já mestrei campanhas de RPG mais criativas que esse roteiro.

Só não dei nota mais baixa porque a farta referência celta e anglo-saxã desperta pequenos prazeres para quem gosta dessa simbologia. A moça da qual o protagonista não tira o olho (Amelia Warner, Contos Proibidos do Marquês de Sade e Aeon Flux) é gata, isso também valeu bons décimos de ponto. E a locação é bonita.

Algo mais? Não, é só.

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Juno - 8.5


Juno
(2007)

Juno não é, como afirmaram na crítica, a adolescente que decide manter uma gravidez indesejada contra tudo e todos. Isso seria imputar clichê demais, por conta e risco da mesma crítica, a um filme excepcional.


Ele representa a adolescência como deve ser: quartos decorados num intermediário entre a infância e a independência; o gosto pelo rock de uma jovem que pensa conhecer tudo do gênero; uma declaração de amor simples, quase sem tato, no meio da aula de educação física. Nenhuma afetação, nada de high school movie, os clichês apenas inevitáveis.


O adolescente do filme não é genial nem idiota, mas uma criança crescida e portanto muito real. Juno é ainda muito nova e, mesmo assim, faz a melhor escolha que ela poderia fazer segundo seus critérios de garota de dezesseis anos. A decisão em não abortar, de fato, não surge de nenhuma convicção ideológica ou subjetiva: a clínica de aborto tinha um desconfortável e descabido clima de consultório de dentista. Juno, assim como os demais personagens (especialmente o pai, o namorado e a madrasta), parece muito bem colocada na história. Não é heroína, nem canalha, nem burra, mas assume uma decisão.


Tudo isso mostra um roteiro muito bem elaborado, fazendo do filme uma história e não apenas uma projeção. É tocante e agridoce, repleto de ironia e frases geniais (procurem por quotes). Além disso, a trilha sonora é muito criativa e apropriada, portanto guardem o nome de seu mentor: Matt Messina. Ele não produziu a trilha de nenhum filme muito famoso, mas pode, como fez agora, surpreender.


E domingo último, à uma e meia da madrugada, o reconhecimento: Juno venceu o Oscar de melhor roteiro.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Meu nome não é Johnny - 7.0

Meu nome não é Johnny
(2008)

Com tema, estilo e enredo que se assemelham ao romance Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva, Meu nome não é Johnny retrata uma história recorrente na geração de classe média dos anos oitenta. Baseado no romance homônimo, que se inspira numa história real, o filme retrata a vida de usuário e traficante de drogas João Estrella desde seu, digamos, primeiro “tapinha” até a prisão pela Polícia Federal e alguns anos no xadrez.

A película é fluida, a história se desloca bem pelo tempo e mostra, sem aporrinhação, todos os passos de João pelo uso e tráfico de entorpecentes. O protagonista não se torna um grande traficante, líder de morros e bocas-de-fumo, mas aproveita a grande demanda que havia em seu cotidiano playboy, repleto de farra, para ganhar uma grana, comprar muito pó e torrar todo o dinheiro que sobrasse. Após ser preso, as pesadas cenas de uma amarga realidade carcerária encerram a repetida lição de que o crime não compensa, oferecida sem açúcar nem moralismo.

A trilha sonora chama a atenção com clássicos do rock brasileiro oitentista que, de tão bem apresentados na película, surpreendem o espectador com um impacto digno das grandes bandas britânicas. Sem surpresa, porém, o filme não foge dos cacoetes comuns nas produções brasileiras, recheadas de temas tensos como drogas e crime, trambiques e muitos palavrões – embora estes últimos dêem cor a falas impagáveis, de bandidos ou policiais corruptos (mais clichês), que, de tão engraçadas, criam a tentação de anotá-las num caderno para usá-las oportunamente. Se bem que torcemos para que nunca nos ocorra uma oportunidade semelhante.

segunda-feira, julho 30, 2007

Morre Ingmar Bergman


Hoje, segunda-feira, dia 30 de julho de 2007, aos 89 anos, morreu Ingmar Bergman, o maior diretor sueco e um dos maiores do cinema mundial. Bergman ficou conhecido pela análise profunda de temas como morte, solidão e religião, além de retratar, constantemente, fortes personagens femininas. Desde a década de 1940, com o pouco conhecido Crise, o cineasta dirigiu mais de 60 filmes. O Sétimo Selo (1957), talvez a obra mais famosa, traz questionamentos acerca da existência de Deus e da Morte, esta personificada de maneira que ficaria conhecida e reproduzida em diversos outros filmes. Morangos Silvestres (1957), outra importante obra de Bergman, explora as dificuldades e as inquietudes da velhice. O último filme por ele dirigido foi Saraband (2003), uma continuação de Cenas do Casamento (1973). Ingmar Bergman nunca foi premiado com o Oscar de Melhor Diretor, embora tenha recebido, em 1971, The Irving G. Thalberg Memorial Award, pelo "conjunto da obra". Três de seus filmes foram premiados com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro: A Fonte da Donzela, em 1961, Através de um Espelho, em 1962, e Fanny e Alexander, em 1984.

P.S.: Se algum dia tiver a chance, assista ao documentário Diário de uma Filmagem (1986), acerca das gravações de Fanny e Alexander. É uma aula de cinema.

sábado, junho 02, 2007

O Labirinto do Fauno - 8.5


O Labirinto do Fauno
(El Laberinto del Fauno, 2006)

Após a 2ª Grande Guerra, o exército de Franco combate os comunistas que resistem nas montanhas espanholas. Ao mesmo tempo, uma menina, afilhada de um oficial do exército franquista, vive num mundo de fantasia entrelaçada com a realidade. Filme muito interessante e inteligente, dirigido pelo mexicano Guillermo del Toro (Hellboy), que conta com excelente produção de imagem e som, muito superior ao utilizado nos filmes latino-americanos. Ao contrário do que se possa imaginar, as partes mais assustadoras são as da guerra civil, não as bizarrices fantásticas. Vencedor do Oscar 2007 de Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia e Melhor Maquiagem, além de três outras indicações. Concorreu também à Palma de Ouro em Cannes 2006 e obteve boa avaliação em diversos festivais, principalmente na Espanha (Goya).

À Procura da Felicidade - 7


À Procura da Felicidade
(The Pursuit of Happyness, 2006)

Baseados em fatos reais, e no livro autobiográfico homônimo, o filme conta a história de Chris Gardner (Will Smith), um vendedor porta-a-porta que tenta subir na vida para realizar seu sonho de ser feliz com o filho. É, sobretudo, uma bela história; americana, de fato, mas extraordinária. Will Smith está bem, assim como o filho, Jaden Smith, que interpreta o filho de Gardner. Will Smith foi indicado ao Oscar 2007 de Melhor Ator, mas não levou.

A Aura - 8


A Aura
(El Aura, 2005)

Este é, provavelmente, o filme argentino mais bem avaliado de todos os tempos. O jornal La Nación publicou um artigo, na época, tecendo elogios infindáveis ao diretor e ao ator principal, Ricardo Darín. Não é por menos: A Aura representa a alta qualidade do cinema argentino atual. Com imagem e som de invejar produções de grande porte, a película surpreende o espectador desavisado. Um homem comum, que sofre de epilepsia, coleciona reportagens de fracassos criminais; considera bandidos e policiais completamente estúpidos. Ademais, possui memória visual impressionante e cria cenários, em sua cabeça, em que crimes são, perfeitamente, planejados. Um dia, sem querer, encontra-se na oportunidade de cometer o crime perfeito. Ricardo Darín, o mesmo de "Nove Rainhas" e "O Filho da Noiva", dá show de interpretação, sem dúvida, na melhor apresentação de sua carreira, com solidez rara para o papel exigido. O roteiro e a direção também são dignos de nota, compondo uma obra completa, bem acabada, cuja fotografia, do sul argentino, encerra olhar bucólico mas apreensivo. Indicação oficial da Argentina para o Oscar 2006. Vencedor do Condor de Prata 2006 (Associação dos Críticos Argentinos) de Melhor Ator, Melhor Fotografia, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original de Ficção, Melhor Som e Melhor Filme, além de mais quatro indicações.

sexta-feira, junho 01, 2007

Minha Vida sem Minhas Mães - 7

Minha Vida sem Minhas Mães
(Äideistä Parhain, 2005)

Durante a 2ª Grande Guerra, como muitos países europeus, a Finlândia foi devastada. A Suécia, entretanto, permaneceu neutra no conflito e ofereceu-se para receber órfãos da Guerra. Assim, cerca de 70.000 crianças deixaram o que lhes havia sobrado e migraram para o país vizinho, estranho e desconhecido. Eero, hoje com seus 60 anos, conta-nos sobre a infância na Suécia e, especialmente, a distância de sua mãe. Bom filme.

quinta-feira, maio 31, 2007

Todos os Homens do Presidente - 7.5

Todos os Homens do Presidente
(All the President's Men, 1976)

Neste já clássico dos anos 1970, Dustin Hoffman e Robert Redford interpretam os jornalistas do Washington Post, Carl Bernstein e Bob Woodward, que fizeram o furo de notícia que desencadeou o Watergate. A história é baseada no livro homônimo que os jornalistas do Post lançaram em 1974. O filme é bem feito e tem uma linguagem interessante, pois aborda a visão jornalística do fato e não o fato em si, de forma a não se envolver nas questões partidário-políticas que resultaram do escândalo. Muito indicado tanto para quem gosta de política quanto para quem aprecia investigação jornalística. Vencedor do Oscar 1977 de Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Direção de Arte e Decoração, Melhor Som e Melhor Roteiro Adaptado, além de mais quatro indicações.

Direito de Família - 7

Direito de Família
(Derecho de Familia, 2006)

Filme argentino sobre a relação pai-filho. Um pouco drama, um pouco comédia, um pouco romance; é uma boa película com atores razoáveis. Não chega ao ponto em que estão "Nove Rainhas" e "O Filho da Noiva", mas ainda assim vale a pena. É prova de que o cinema argentino vai muito bem e tende a crescer ainda mais. Vencedor da Escolha da Audiência em Mar del Plata (2006) e indicado oficial da Argentina para o Oscar 2007.

terça-feira, maio 29, 2007

Trens Estreitamente Vigiados - 6.5


Trens Estreitamente Vigiados
(Ostře Sledované Vlaky, 1966)

Filme tchecoeslovaco, em preto e branco, que nos conta a monótona vida de um jovem que trabalha em uma estação de trem durante a 2ª Grande Guerra. Enquanto observa, atentamente, os vagões que passam, ele descobre sua sexualidade. Com pitadas de humor e um roteiro esquisito, até que não vai mal, mas é difícil manter a atenção em boa parte das cenas. Não sei porquê consideram esse filme tão bom. Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1968.

Cidadão Kane - 9.5

Cidadão Kane
(Citizen Kane, 1941)

Eis aquele que muitos crêem ser o melhor dos melhores, a mais perfeita obra-prima já produzida para as telas do cinema, a quase-unanimidade: Cidadão Kane. O enredo é, à primeira vista, bastante simples: jornalistas investigam a vida de um milionário da comunicação e suas últimas palavras (Rosebud!). Antes de qualquer comentário, deixo claro que não julgo ser hoje o melhor filme de todos os tempos, mas, certamente, tem lugar especial como sendo um daqueles que deu início a tudo. Digo isso porque é impressionante a quantidade de elementos utilzados nessa produção, dos anos 1940, que se repetiram ou foram aperfeiçoados em outros tantos filmes. Orson Welles escreveu, dirigiu e atuou em Cidadão Kane. O roteiro é particularmente brilhante, com diálogos e frases bem trabalhadas, e uma história com começo, meio e fim, algo raro hoje, não sei porquê. A direção, assim como a edição do filme, demonstra inovações e profundidade, tanto de cena, quanto de personagem, traduzindo aspectos psicológicos, aparentemente ocultos. A atuação de Wells também está muito boa, assim como de outros atores menos conhecidos. Quanto à história em si, é, como falei, simples, mas é justamente aí que está sua qualidade, pois desenvolve o tema de maneira equilibrada, sem deixar lacunas, ainda que desperte uma grande curiosidade, não apenas para saber quem, ou o quê, era Rosebud, mas também para compreender a complexa personalidade de Charles Foster Kane. Vencedor do Oscar de 1942 de Melhor Roteiro Original, além de ter sido indicado para mais oito categorias.

segunda-feira, maio 28, 2007

Piratas do Caribe 3 - 7.5

Piratas do Caribe: No Fim do Mundo
(Pirates of the Caribbean: At World's End, 2007)

A terceira parte da trilogia segue a lógica, cada vez menos interessante. Não que seja ruim - Piratas do Caribe nunca é ruim, mas poderia ser melhor. Com receio de serem extintos pelo Império Britânico, piratas de todo o mundo decidem unir-se para resistir. Para tanto, precisam reunir o Conselho dos Piratas (ou algo parecido), e Jack Sparrow precisa participar. Lembrem-se de que ele foi engolido por aquele bicho no segundo filme. Este episódio, na verdade, é a continuação do segundo; perfazem um filme único, muito longo por sinal. O segundo ficou sem fim, e o terceiro sem começo. Meio estranho; leva um tempo até entender o que se passa. Ainda nos pontos negativos, há diversos elementos dispensáveis no filme; partes que poderiam ser excluídas sem prejuízo algum. O final, sinceramente, é ruim, não me agradou. Quanto aos pontos positivos, o filme é muito bem feito, com efeitos especiais de qualidade. A atuação de Johnny Depp é excepcional, Keira Knightley vestida de chinesa é maravilhosa, e Keith Richards (esse mesmo, o dos Rolling Stones) faz uma ponta em grande estilo. Também interessante é o novelo de alianças e traições que se vão desenrolando pelo filme; é bom prestar atenção pra não se perder, às vezes. Até o momento não há qualquer indício de que haja um quarto episódio, infelizmente.

Ventos da Liberdade - 6.5

Ventos da Liberdade
(The Wind That Shakes the Barley, 2006)

Apesar de ter sido exibido no FIC, apenas pude assistir agora. Conta-nos a história de dois irmãos que vêem suas vidas destruídas pela guerra de independência da Irlanda (1919-1921). O título foi inspirado por uma canção irlandesa homônima, do século XIX. É um filme um pouco parado, mas há cenas de violência. Tem uma bela fotografia (a Irlanda parece-me naturalmente bonita), mas é fraco em conteúdo; raso, eu diria. Não explica muito bem o IRA (Irish Republican Army), mas consegue, ao menos, passar a mensagem principal. Cillian Murphy (Batman Begins) faz boa atuação. Vencedor da Palma de Ouro (Cannes, 2006).

terça-feira, abril 24, 2007

Só dia 21/05

Este blog encontra-se suspenso até 21 de maio. Prometo que os dias seguintes compensarão os anteriores.

segunda-feira, março 05, 2007

Letra e Música - 7

Letra e Música
(Music & Lyrics, 2007)

Comédia romântica por definição. Hugh Grant e Drew Barrymore estrelam este engraçado filme que retrata um cantor pop dos anos 1980. O roteiro é bem legal e há cenas divertidas que o consagram no estilo proposto. Em especial, o clipe da música Pop! Goes My Heart, absolutamente inserido nos padrões da época, vale o filme e boas risadas. A trilha sonora é tão boa, pra quem gosta de música dos anos 1980, que criaram um site especial para divulgá-la. Acreditem em mim, o filme é divertido, não há erro, principalmente a dois, já que é, sobretudo, uma história romântica.

O Chamado 2 - 4.5

O Chamado 2
(The Ring Two, 2005)

Este não é, definitivamente, meu tipo de filme. Devo confessar, contanto, que não é de todo ruim. Aquela garotinha bizarra e assustadora, de nome Samara, tenta apossar-se do menino Aiden, atormentado no primeiro filme da série. Não é muito assustador e a história até que é interessante. Destaque, obviamente, para a loira Naomi Watts. Dizem por aí que haverá um terceiro filme em 2008. A ver.

Oldboy - 8.5

Oldboy
(Oldboy, 2003)

Filme coreano de grande repercussão internacional e sucesso de bilheteria, Oldboy mostra-nos uma história confusa e angustiante. Dae-su é um homem comum, pai de família, que um dia é seqüestrado e mantido em um quarto de hotel por quinze anos. Sem saber porque foi preso, Dae-su é, repentinamente, libertado e busca vingança e respostas. Difícil explicar muito além disso: o fato é que Oldboy é surreal e surpreendente. O roteiro é complicado, mas muito bem escrito, e os atores são, em geral, excelentes. Cenas de ultra-violência são habilmente utilizadas (há quem faça paralelo com Tarantino e Kubrick) e o terror psicológico é predominante. O final, aí sim, é espantoso; não há como ser indiferente. O pós-final, se posso assim dizer, é ainda mais intrigante e misterioso; não faltam interpretações por aí. Existe um boato de que uma empresa americana teria comprado o direito de refilmá-lo nos EUA, mas não pude confirmar. Vencedor do Grande Prêmio do Júri de Cannes em 2004.

sábado, março 03, 2007

Rastro de Destruição - 2

Rastro de Destruição
(Path of Destruction, 2005)

Produção da HBO, é filme fraquinho de ficção científica. Um experimento de nanotecnologia perde controle e expande-se infinitamente, causando desastres climatológicos (?!), e destruição e morte por onde passa. O filme até consegue prender a atenção em aluguns momentos, mas não tem consistência.

Terror em Alcatraz - 0

Terror em Alcatraz
(New Alcatraz, 2002)

Minha nossa, que filme ruim. Olhem o roteiro: em uma prisão de segurança máxima, uma cobra gigante pré-histórica acorda e ataca guardas e prisioneiros, que devem lutar para sobreviver. Não há como salvar essa produção; é caso perdido.

Star Wreck - 4

Star Wreck
(StarWreck: In the Pirkinning, 2005)

Paródia de Star Treck e Babylon 5, esse filme finlandês é, na verdade, um projeto caseiro, isso mesmo, feito em casa. É o sétimo filme dos produtores, mas o primeiro longa. Foi realizado de forma independente e distribuído pelo site www.starwreck.com. É um filme muito doido, com um roteiro fraquinho, atores de quinta, mas efeitos especiais bem razoáveis. Só vale a pena se você for fã de ficção científica.

terça-feira, fevereiro 27, 2007

79º Oscar

Os vencedores da premiação vocês certamente já os conhecem, pois não faltou jornal a publicar a lista. Como alguns já aqui foram comentados e outros serão em breve, eis a "minha" relação de filmes. Como poderão perceber, tem muito filme ainda para assistir, mas eu chego lá.

Filmes Premiados

Os Infiltrados: Melhor filme, Melhor diretor (Martin Scorsese), Melhor roteiro adaptado e Melhor edição. Em breve
O Último Rei da Escócia: Melhor ator (Forrest Whitaker). Comentado aqui
A Rainha: Melhor atriz (Helen Mirren). Comentado aqui
Pequena Miss Sunshine: Melhor ator coadjuvante (Alan Arkin) e Melhor roteiro original. Em breve
Dreamgirls - Em Busca de um Sonho: Melhor atriz coadjuvante (Jennifer Hudson) e Melhor mixagem de som. Em breve
O Labirinto do Fauno: Melhor fotografia, Melhor direção de arte e Melhor maquiagem. Em breve
Maria Antonieta: Melhor figurino. Em breve
Babel: Melhor trilha sonora. Em breve
Uma Verdade Inconveniente: Melhor canção (I Need to Wake Up) e Melhor documentário em longa-metragem. Em breve
Cartas de Iwo Jima: Melhor edição de som. Em breve
Piratas do Caribe - O Baú da Morte: Melhor efeito especial. Em breve
Happy Feet - O Pingüim: Melhor animação. Em breve
As Vidas dos Outros (Alemanha): Melhor filme estrangeiro. Comentado aqui

Filmes que não levaram a estatueta

À Procura da Felicidade: Em breve
Diamante de Sangue: Em breve
Volver: Comentado aqui
O Diabo Veste Prada: Comentado aqui
Borat: Comentado aqui
A Dália Negra: Comentado aqui
O Ilusionista: Em breve
O Grande Truque: Em breve
A Maldição da Flor Dourada: Em breve
A Conquista da Honra: Em breve
Superman Returns: Comentado aqui
After the Wedding (Dinamarca): Em breve
Dias de Glória (Argélia): Em breve
Water (Canadá): Comentado aqui

Red Carpet

Antes da premiação, é o tapete vermelho que nos chama a atenção. Entre clássicos e bizarros, estes foram alguns dos trajes mais belos ou esquisitos da noite.
Helen Mirren (A Rainha) e seu elegante Christian Lacroix.Penélope Cruz (Volver) com seu malfalado Versace.Abigail Breslin (Pequena Miss Sunshine) com vestido Simin e bolsa Swarovski.
A sexy Eva Green (Cassino Royale) com seu Givenchy.Djimon Hounsou (Diamante de Sangue) trajando Gucci.Nicole Kidman com seu laço gigante, criado por Balenciaga.
Gwyneth Paltrow esquisita em Zac Posen.Mery Streep veste Prada.A insossa Kirsten Dunst (Maria Antonieta) de Chanel.

sábado, fevereiro 24, 2007

Loja de Sonhos - 6


Loja de Sonhos
(Stiilipidu, 2005)

Filme estoniano suavemente divertido. Alice é uma estilista que decide tentar a vida com uma loja de fantasias. É bem feito e interessante, mas nada de espetacular. Indicação oficial da Estônia para o Oscar 2006 de Melhor Filme Estrangeiro.

Crime Ferpeito - 7.5

Crime Ferpeito
(Crímen Ferpecto, 2004)

Por indicação do Coutinho, finalmente, consegui assistir a essa comédia espanhola. Crímen Ferpecto é um daqueles filmes engraçados e imprevisíveis, mas agoniantes. Rafael é um bem-sucedido diretor de vendas do setor feminino de uma loja de departamento em Madri. Por acidente, e concorrência, mata o principal adversário sem ninguém ver; quer dizer, exceto a mais feia vendedora da loja, que é apaixonada por ele. Como se pode deduzir, Rafael vive então ameaças e assédios contantes da única testemunha de seu crime. A tal criatura é tão horrenda e freak que dá agonia quando ela aparece. Apesar de o final ser um pouco esquisito, é um filme divertido que entretem do início ao fim.

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Gravehopping - 0.5

Gravehopping
(Odgrobadogroba, 2005)

É cada coisa que me passa nas telas, vejam vocês, que assisti a um filme esloveno. Muito ruim, por sinal. Od Groba do Groba, literalmente "de sepultura em sepultura", aliás a única coisa interessante do filme (o título), narra a surreal história de um orador de velórios numa cidadezinha eslovena, o pai suicida e a irmã muda. O roteiro não tem pé nem cabeça, passa longe de qualquer idéia de evolução lógica e encerra de forma surpreendente e nonsense. Indicação oficial da Eslovênia para o Oscar 2007 de Melhor Filme Estrangeiro, que, obviamente, não teria chances de concorrer, mas vale a intenção.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Alice - 5

Alice
(Alice, 2005)

Este foi o primeiro filme português a que tive a oportunidade de assistir. Surpreendeu-me, em grande parte, pela forma simples e poética com que contaram a triste história de um casal lisboeta cuja filha desapareceu. Alice é um drama humano pautado pela ausência e pelo desespero. É, porém, um filme lento e monótono, com poucos diálogos e longas cenas de reflexão interior. Falta também um pouco de idéia ao roteiro e o final é irritante. Sem dúvida alguma, o ponto mais positivo é a excelente interpretação de Nuno Lopes e Beatriz Batarda, pais de Alice. Deixo uma sugestão aos brasileiros: optem pela legenda, se houver, pois não é fácil compreender o sotaque d'além mar. Melhor Filme da Quinzena dos Realizadores de Cannes 2005. Indicação oficial de Portugal para o Oscar 2007 de Melhor Filme Estrangeiro.

Water - 6.5

Water
(Water, 2005)

Filme indo-canadense, mostra a difícil vida das viúvas indianas na década de 1940. Condenadas ao ostracismo e à pobreza, vivem de esmola e prostituição. Uma delas, Kalyani, apaixona-se por um jovem seguidor dos princípios de Gandhi. É uma história interessante, mas um pouco lenta. Ao meu ver, poderiam ter trabalhado melhor as idéias de Gandhi, que, apesar de presentes, são mero pano de fundo para a história principal. Indicado oficial do Canadá e finalista para o Oscar 2007 de Melhor Filme Estrangeiro.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

O Último Rei da Escócia - 8

O Último Rei da Escócia
(The Last King of Scotland, 2006)

Atendendo a diversas recomendações, enfrentei o drama ugandense e confirmo: o filme é muito bom, mas é Whitaker quem leva a melhor. Forest Whitaker reconstrói, com destreza, o ditador Idi Amin, que governou Uganda a ferro e sangue na década de 1970. Baseado no romance homônimo de Giles Foden, O Último Rei da Escócia é mais um retrato da África esquecida, marcada, jogada à própria sorte, e hoje tão na moda. Pobre África! Chamaram-me, porém, a atenção para os traços políticos e personalistas de Amin: há semelhanças, de fato, com nossos líderes "banano-republicanos". Outro ponto de interesse, minha leitora, é que há violência, claro! - é a África - mas não é explorada indevidamente, salvo num ou noutro momento de tensão social. E não pense você que há romances que valham o sofrimento, pois o personagem principal, o médico escocês, dado a paixões, não existiu. Forest Whitaker, este sim, é forte candidato ao Oscar 2007 de Melhor Ator.

sábado, fevereiro 17, 2007

O Rei e o Palhaço - 7.5

O Rei e o Palhaço
(Wang-ui Namja, 2005)

Durante o Império Chosun, na Coréia do século XVI, dois menestréis são presos por satirizar, publicamente, o Imperador. Para evitar que fossem executados, propõem um desafio: fazer o Imperador rir. A história é muito interessante, pois retrata um monarca tirano, mas infantil, dependente das brincadeiras dos palhaços e confundindo-as, muitas vezes, com a própria realidade. O filme ganhou certo apelo, também, por mostrar a relação próxima entre o Imperador e um dos palhaços, que, aparentemente, é homossexual (não se sabe ao certo). Vale a pena assistir. Indicado oficialmente pela Coréia do Sul ao Oscar 2007 de Melhor Filme Estrangeiro; não obteve êxito, no entanto.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

As Vidas dos Outros - 8.5

As Vidas dos Outros
(Das Leben der Anderen, 2006)

Alemanha Oriental, 1984. O Serviço Nacional de Segurança vigia todos que possam apresentar qualquer perigo à República Democrática, principalmente artistas e intelectuais. Um agente é designado a ouvir, permanentemente, o dia-a-dia pessoal e profissional de Georg Dreyman, um famoso dramaturgo. O filme alemão contrasta os ideais socialistas, impostos à Alemanha do Leste, à liberdade sufocada dos intelectuais. Além disso, confronta o comportamento ambíguo do agente secreto, fascinado pelo pensamento livre, e a postura simetricamente oposta do artista, que, tortuosamente, esquiva-se do projeto socialista e tenta conduzir o contraponto dos artistas. É um filme interessante e intrigante; forte candidato à estatueta deste ano. Prêmio de Melhor Filme Europeu de 2006. Indicado para o Golden Globe 2007 e o Oscar 2007 de Melhor Filme Estrangeiro.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Mais Estranho Que a Ficção - 8

Mais Estranho Que a Ficção
(Stranger Than Fiction, 2006)

Harold Crick é um auditor da receita, interpretado por Will Ferrell, que descobre que sua monótona vida está sendo escrita por uma romancista inglesa, vivida por Emma Thompson. O problema é que, à medida que o livro é escrito, a vida de Crick segue os mesmos passos, e a autora decide matá-lo. O filme oscila entre a comédia e a tragédia, assim como o romance sobre Crick. É um excelente filme, recheado de metalinguagem, com um roteiro que não deixa a desejar. Os atores, em especial Ferrel (que, para minha surpresa, está muito bem) e Thompson, mas também Dustin Hoffman e Maggie Gyllenhaal, marcam cenas consistentes que nos fazem repensar a vida de forma menos objetiva e a morte, menos subjetiva.