quinta-feira, maio 31, 2007

Todos os Homens do Presidente - 7.5

Todos os Homens do Presidente
(All the President's Men, 1976)

Neste já clássico dos anos 1970, Dustin Hoffman e Robert Redford interpretam os jornalistas do Washington Post, Carl Bernstein e Bob Woodward, que fizeram o furo de notícia que desencadeou o Watergate. A história é baseada no livro homônimo que os jornalistas do Post lançaram em 1974. O filme é bem feito e tem uma linguagem interessante, pois aborda a visão jornalística do fato e não o fato em si, de forma a não se envolver nas questões partidário-políticas que resultaram do escândalo. Muito indicado tanto para quem gosta de política quanto para quem aprecia investigação jornalística. Vencedor do Oscar 1977 de Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Direção de Arte e Decoração, Melhor Som e Melhor Roteiro Adaptado, além de mais quatro indicações.

Direito de Família - 7

Direito de Família
(Derecho de Familia, 2006)

Filme argentino sobre a relação pai-filho. Um pouco drama, um pouco comédia, um pouco romance; é uma boa película com atores razoáveis. Não chega ao ponto em que estão "Nove Rainhas" e "O Filho da Noiva", mas ainda assim vale a pena. É prova de que o cinema argentino vai muito bem e tende a crescer ainda mais. Vencedor da Escolha da Audiência em Mar del Plata (2006) e indicado oficial da Argentina para o Oscar 2007.

terça-feira, maio 29, 2007

Trens Estreitamente Vigiados - 6.5


Trens Estreitamente Vigiados
(Ostře Sledované Vlaky, 1966)

Filme tchecoeslovaco, em preto e branco, que nos conta a monótona vida de um jovem que trabalha em uma estação de trem durante a 2ª Grande Guerra. Enquanto observa, atentamente, os vagões que passam, ele descobre sua sexualidade. Com pitadas de humor e um roteiro esquisito, até que não vai mal, mas é difícil manter a atenção em boa parte das cenas. Não sei porquê consideram esse filme tão bom. Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1968.

Cidadão Kane - 9.5

Cidadão Kane
(Citizen Kane, 1941)

Eis aquele que muitos crêem ser o melhor dos melhores, a mais perfeita obra-prima já produzida para as telas do cinema, a quase-unanimidade: Cidadão Kane. O enredo é, à primeira vista, bastante simples: jornalistas investigam a vida de um milionário da comunicação e suas últimas palavras (Rosebud!). Antes de qualquer comentário, deixo claro que não julgo ser hoje o melhor filme de todos os tempos, mas, certamente, tem lugar especial como sendo um daqueles que deu início a tudo. Digo isso porque é impressionante a quantidade de elementos utilzados nessa produção, dos anos 1940, que se repetiram ou foram aperfeiçoados em outros tantos filmes. Orson Welles escreveu, dirigiu e atuou em Cidadão Kane. O roteiro é particularmente brilhante, com diálogos e frases bem trabalhadas, e uma história com começo, meio e fim, algo raro hoje, não sei porquê. A direção, assim como a edição do filme, demonstra inovações e profundidade, tanto de cena, quanto de personagem, traduzindo aspectos psicológicos, aparentemente ocultos. A atuação de Wells também está muito boa, assim como de outros atores menos conhecidos. Quanto à história em si, é, como falei, simples, mas é justamente aí que está sua qualidade, pois desenvolve o tema de maneira equilibrada, sem deixar lacunas, ainda que desperte uma grande curiosidade, não apenas para saber quem, ou o quê, era Rosebud, mas também para compreender a complexa personalidade de Charles Foster Kane. Vencedor do Oscar de 1942 de Melhor Roteiro Original, além de ter sido indicado para mais oito categorias.

segunda-feira, maio 28, 2007

Piratas do Caribe 3 - 7.5

Piratas do Caribe: No Fim do Mundo
(Pirates of the Caribbean: At World's End, 2007)

A terceira parte da trilogia segue a lógica, cada vez menos interessante. Não que seja ruim - Piratas do Caribe nunca é ruim, mas poderia ser melhor. Com receio de serem extintos pelo Império Britânico, piratas de todo o mundo decidem unir-se para resistir. Para tanto, precisam reunir o Conselho dos Piratas (ou algo parecido), e Jack Sparrow precisa participar. Lembrem-se de que ele foi engolido por aquele bicho no segundo filme. Este episódio, na verdade, é a continuação do segundo; perfazem um filme único, muito longo por sinal. O segundo ficou sem fim, e o terceiro sem começo. Meio estranho; leva um tempo até entender o que se passa. Ainda nos pontos negativos, há diversos elementos dispensáveis no filme; partes que poderiam ser excluídas sem prejuízo algum. O final, sinceramente, é ruim, não me agradou. Quanto aos pontos positivos, o filme é muito bem feito, com efeitos especiais de qualidade. A atuação de Johnny Depp é excepcional, Keira Knightley vestida de chinesa é maravilhosa, e Keith Richards (esse mesmo, o dos Rolling Stones) faz uma ponta em grande estilo. Também interessante é o novelo de alianças e traições que se vão desenrolando pelo filme; é bom prestar atenção pra não se perder, às vezes. Até o momento não há qualquer indício de que haja um quarto episódio, infelizmente.

Ventos da Liberdade - 6.5

Ventos da Liberdade
(The Wind That Shakes the Barley, 2006)

Apesar de ter sido exibido no FIC, apenas pude assistir agora. Conta-nos a história de dois irmãos que vêem suas vidas destruídas pela guerra de independência da Irlanda (1919-1921). O título foi inspirado por uma canção irlandesa homônima, do século XIX. É um filme um pouco parado, mas há cenas de violência. Tem uma bela fotografia (a Irlanda parece-me naturalmente bonita), mas é fraco em conteúdo; raso, eu diria. Não explica muito bem o IRA (Irish Republican Army), mas consegue, ao menos, passar a mensagem principal. Cillian Murphy (Batman Begins) faz boa atuação. Vencedor da Palma de Ouro (Cannes, 2006).