quarta-feira, janeiro 23, 2008

Meu nome não é Johnny - 7.0

Meu nome não é Johnny
(2008)

Com tema, estilo e enredo que se assemelham ao romance Feliz Ano Velho, de Marcelo Rubens Paiva, Meu nome não é Johnny retrata uma história recorrente na geração de classe média dos anos oitenta. Baseado no romance homônimo, que se inspira numa história real, o filme retrata a vida de usuário e traficante de drogas João Estrella desde seu, digamos, primeiro “tapinha” até a prisão pela Polícia Federal e alguns anos no xadrez.

A película é fluida, a história se desloca bem pelo tempo e mostra, sem aporrinhação, todos os passos de João pelo uso e tráfico de entorpecentes. O protagonista não se torna um grande traficante, líder de morros e bocas-de-fumo, mas aproveita a grande demanda que havia em seu cotidiano playboy, repleto de farra, para ganhar uma grana, comprar muito pó e torrar todo o dinheiro que sobrasse. Após ser preso, as pesadas cenas de uma amarga realidade carcerária encerram a repetida lição de que o crime não compensa, oferecida sem açúcar nem moralismo.

A trilha sonora chama a atenção com clássicos do rock brasileiro oitentista que, de tão bem apresentados na película, surpreendem o espectador com um impacto digno das grandes bandas britânicas. Sem surpresa, porém, o filme não foge dos cacoetes comuns nas produções brasileiras, recheadas de temas tensos como drogas e crime, trambiques e muitos palavrões – embora estes últimos dêem cor a falas impagáveis, de bandidos ou policiais corruptos (mais clichês), que, de tão engraçadas, criam a tentação de anotá-las num caderno para usá-las oportunamente. Se bem que torcemos para que nunca nos ocorra uma oportunidade semelhante.

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