terça-feira, maio 29, 2007

Cidadão Kane - 9.5

Cidadão Kane
(Citizen Kane, 1941)

Eis aquele que muitos crêem ser o melhor dos melhores, a mais perfeita obra-prima já produzida para as telas do cinema, a quase-unanimidade: Cidadão Kane. O enredo é, à primeira vista, bastante simples: jornalistas investigam a vida de um milionário da comunicação e suas últimas palavras (Rosebud!). Antes de qualquer comentário, deixo claro que não julgo ser hoje o melhor filme de todos os tempos, mas, certamente, tem lugar especial como sendo um daqueles que deu início a tudo. Digo isso porque é impressionante a quantidade de elementos utilzados nessa produção, dos anos 1940, que se repetiram ou foram aperfeiçoados em outros tantos filmes. Orson Welles escreveu, dirigiu e atuou em Cidadão Kane. O roteiro é particularmente brilhante, com diálogos e frases bem trabalhadas, e uma história com começo, meio e fim, algo raro hoje, não sei porquê. A direção, assim como a edição do filme, demonstra inovações e profundidade, tanto de cena, quanto de personagem, traduzindo aspectos psicológicos, aparentemente ocultos. A atuação de Wells também está muito boa, assim como de outros atores menos conhecidos. Quanto à história em si, é, como falei, simples, mas é justamente aí que está sua qualidade, pois desenvolve o tema de maneira equilibrada, sem deixar lacunas, ainda que desperte uma grande curiosidade, não apenas para saber quem, ou o quê, era Rosebud, mas também para compreender a complexa personalidade de Charles Foster Kane. Vencedor do Oscar de 1942 de Melhor Roteiro Original, além de ter sido indicado para mais oito categorias.

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