Syriana(Syriana, 2005)
O que mais ouvi sobre Syriana foram reclamações sobre a complexidade do filme. Não vejo motivo para tal e estranho que apenas alguns poucos tenham se incomodado com a lentidão do filme. Syriana não é um típico filme americano, tanto pela velocidade da narrativa quanto pelo conteúdo abordado. É um entrelaçado de histórias sobre o jogo político ao redor da fusão de duas empresas americanas de extração de petróleo. O alvo da história? O Golfo Pérsico. O grande problema do filme é que ele é lento demais, fora isso, é excelente. Pra não me estender em comentários óbvios, ressalto dois pontos que me fizeram colocar este filme a cotação tão alta: a precisão do conteúdo e dos detalhes, e compatibilidade com a realidade. Como disse, o filme é bastante complexo, e envolve muitos detalhes e histórias paralelas, o que exige atenção da produção. É impressionante como fizeram um filme perfeito quanto ao conteúdo. Não uma falha. Desde o cuidado com os idiomas, às peculiaridades regionais de cada país mostrado, ou mesmo as relações de poder na área controlada pelo Hezbollah ou no misterioso Irã, sem contar a história dos terroristas. E isto tudo é feito em perfeita compatibilidade com a realidade. Assim como O Jardineiro Fiel, Syriana traz várias pequenas histórias baseadas em diversos eventos reais, mas em vez de África, Oriente Médio. O que o fez chamar tanta atenção é o simples fato de que um filme com este conteúdo conseguiu ser indicado ao Oscar; muitos nem permaneceram na mídia. Syriana escancara o problema, aponta os culpados, expõe a impotência humana diante de si mesma, coloca em evidência o ciclo de poder, dinheiro e destruição estabelecido no Oriente Médio. Para completar, George Clooney levou o Oscar de melhor ator coadjuvante.

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