sexta-feira, dezembro 29, 2006

Borat - 7


Borat
(Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan, 2006)

Eu havia assistido ao trailer há algum tempo e esperava bastante, tanto que não agüentei a estréia no Brasil. Não é metade do que parece; as melhores cenas estão no trailer. Mesmo assim, vale a pena para quem gosta do gênero "politico-absolutamente incorreto". Sach Baron Cohen, comediante inglês pouco conhecido no Brasil (fez a voz do Rei Julian, em Madagascar), apresenta seu mais novo personagem. Borat, um reporter do Cazaquistão, vai aos EUA para aprender "lições" e acaba apaixonando-se pela Pamela Anderson. Cohen ficou famoso por seu personagem Ali G, um idiota anglo-jamaicano. O filme Borat chegou a ficar entre os de maior vendagem em 2006. Não é para menos: é hilário, muitas vezes apelativo, mas outras inteligente. Muitas cenas foram gravadas no estilo "pegadinha", o que dá certo realismo à peça. O que vem mesmo chamando a atenção é que o filme detona o Cazaquistão, o que vem irritando o governo do país. Já se falou até em processar o filme. Dois alertas finais: se você acha Austin Powers podre, esqueça Borat, você pode passar mal; e mais, se você for judeu, é bom ter muito senso de humor, ou também vai querer processar o filme.

Os Outros - 5.5


Os Outros
(The Others, 2001)

Não sei o que as pessoas viram neste filme. Quer dizer, sei: um final surpreendente, nada mais. Nicole Kidman vive numa escura mansão na Ilha de Jersey com seus dois filhos , logo após a 2ª Grande Guerra. Eles começam a perceber que outros seres habitam a casa. Uma hora e quarenta minutos carentes de história, que se arrasta, forçando-nos a pedir a Deus que termine com aquele filme. Quando chega no final, bum, dez minutos que valeram o filme. A idéia, do final, é muito boa mesmo, mas não se pode fazer um filme só com o final; alguém tem de avisar esses diretores que isso é lixo cinematográfico (aquele doido do Shyamalan bem sabe disso). Eu vejo o cinema como uma arte: não se joga no lixo um quadro após vê-lo. Esses filmes são descartáveis: vê-se uma vez e adeus, não me serve mais. Cinema deve ser degustado, não é fast food. De qualquer forma, Nicole Kidman está excelente e o filme recebeu vários Goya em 2002.

Cassino Royale - 8.5

Cassino Royale
(Casino Royale, 2006)

Primeiro Bond a que assisto desde que inaugurei este blog. Ao todo são 21 agora; creio que apenas um eu ainda não vi. Não tenho palavras para exprimir minhas expectativas quanto ao novo 007. Demoraram tanto para anunciar o novo ator que eu já estava angustiado; mesmo porque, como já antes mencionado neste blog, Daniel Craig pode ser tudo menos um bom James Bond. Ele é um troglodita, feio que o diabo e loiro. Nada de charme, inteligência e estilo: o novo 007 resolve tudo no braço. A espera foi grande e o resultado, mesmo com esses problemas, foi positivo. Cassino Royale é uma adaptação do primeiro (e homônimo) livro de Ian Fleming, e dessa vez foi autorizado. Como já devem ter ouvido falar, esse mesmo romance foi adaptado para o cinema em 1967, mas não é reconhecido pela franquia (que aliás é a segunda mais lucrativa do cinema, atrás apenas de Guerra nas Estrelas). O filme mostra os primeiros passos de Bond com sua "licença para matar", em uma missão em um cassino em Montenegro (coitado do país, mal ficou independente e já o escolheram para o crime). O roteiro é interessante, apesar de fazer-nos acreditar, constantemente, que não há fim. Daniel Craig é bom ator, mas não pode ser James Bond; pena que já está contratado para o próximo filme. Figuram ao seu lado, com destaque, a bizarramente magra francesa Eva Green (Cruzada), como a charmosa Bond Girl, Vesper Lynd, e o bom ator dinamarquês Mads Mikkelsen (que pode ser indicado ao Oscar com Efter Brylluppet), como o vilão que chora sangue, Le Chiffre. A música do Audioslave eu ainda não ouvi direito, mas não achei tão legal quando tocou na abertura do filme. Acho que vou assitir aos outros filmes novamente: mesmo quando é tosco, 007 empolga.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Noivo Neurótico, Noiva Nervosa - 9

Noivo Neurótico, Noiva Nervosa
(Annie Hall, 1977)

Há tempos procurava este filme. Dizem que é o melhor de Woody Allen, provavelmente é, e tem motivos para ter tal fama. Muito bem escrito e filmado, conta sua paixão por Annie Hall (Diane Keaton). O filme é inteligente e tem sacadas tão bem pensadas que possivelmente ficarão em minha memória por um bom tempo. Se for assistir a este filme, faça como eu, assista aos sucessos anteriores, como Bananas e Dorminhoco: é mais fácil absorver o estilo de Allen. Oscar de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz e Melhor Roteiro em 1977.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Tora! Tora! Tora! - 7

Tora! Tora! Tora!
(Tora! Tora! Tora!, 1970)

O filme retrata as diversas falhas americanas em preparar-se para o ataque japonês a Pearl Harbor, em 1941. É uma boa produção para a década de 1970. Ao contrário da maioria dos filmes de guerra, este é leve e não explora o sofrimento humano em si. Destaque para a caracterização do Almirante Yamamoto e, é claro, para os efeitos especiais, que receberam um Oscar em 1971.

Dália Negra - 6

Dália Negra
(The Black Dahlia, 2006)

Adaptação do romance de James Ellroy sobre dois policiais que investigam o assassinato de Elizabeth Short. A história foi baseada em fatos reais que abalaram Los Angeles nos anos 1940. Assassinato, corrupção e conspiração sob o clima de um filme noir. O filme é lento e um pouco desconexo, o que é uma pena, pois o enredo é realmente interessante. Chamam a atenção as duas coadjuvantes: a encantadora Scarlett Johansson e a premiada (e feinha) Hilary Swank.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Super Size Me - 3.5

Super Size Me
(Super Size Me, 2004)

Documentário interessante sobre os impactos da comida servida no McDonald's. Nada muito diferente ou chocante, traz aquilo que já se sabia: tudo em excesso faz mal. Vale a pena assistir, mas não espere grande coisa.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

A Rainha - 8

A Rainha
(The Queen, 2006)

Em 1997, Tony Blair ganha as eleições para Primeiro-Ministro e a Princesa Diana morre em um acidente em Paris. Assim começa este interessantíssimo filme britânico que retrata as relações entre a monarquia e o parlamento e, principalmente, as reações da Rainha Elizabeth II quanto à postura a ser adotada frente à morte de Diana. O filme é muito bem-feito, bem acabado e inteligente. Destaque para Helen Mirren, que interpreta a Rainha. Vencedor de diversos prêmios, incluindo o de Melhor Roteiro de Filme Independente Britânico e a Copa Volpi de Melhor Atriz, em Veneza.

domingo, dezembro 10, 2006

Tsotsi: Infância Roubada - 7.5

Tsotsi: Infância Roubada
(Tsotsi, 2005)

Filme sul-africano sobre um jovem pobre, Tsotsi, que vive de assaltos, em Soweto, periferia de Johanesburgo. Durante um roubo de carro, acaba levando, por engano, um bebê, com quem estabelece uma relação de afetividade, relembrando sua própria infância. A quem puder ver na versão em DVD, aviso que há dois finais alternativos. Um detalhe para os curiosos: o filme é falado em tsotsitaal, um dialeto pidgin da periferia. "Tsosti" é uma gíria em sesotho que significa "ladrão", "taal" significa "língua" em Afrikaans. Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2006.

sábado, dezembro 09, 2006

Barbarella - 5.5

Barbarella
(Barbarella, 1968)

Que filme indescente! Uma terráquea, num futuro distante, recebe a missão de ir a outro planeta fazer um resgate. Sempre ouvi falar de Barbarella, mas nunca imaginei que explorassem tanto a o corpo e a sensualidade de Jane Fonda. Devo admitir: ela é linda. O filme, no entanto, deixa a desejar. O roteiro é confuso, as interpretações são fracas e muitas cenas são apelativas. Há uma ou outra inovação pra época, mas é difícil prestar atenção em algo que não a Barbarella, cujas roupas, aliás, foram desenhadas por Paco Rabanne. É um filme único, de fato.

terça-feira, dezembro 05, 2006

G.O.R.A. - 7

G.O.R.A.
(G.O.R.A., 2004)

Um dos maiores campeões de bilheteria na história do cinema turco, G.O.R.A. é uma paródia aos filmes de ficção científica de Hollywood. Misturando humor e efeitos especiais de primeira, justifica o porquê de tanto sucesso. Faz-me questionar a realidade do nosso cinema, pois, ao meu ver, seríamos incapazes de produzir um filme como este.

terça-feira, novembro 28, 2006

Bananas - 6.5

Bananas
(Bananas, 1971)

Crítica interessante, e (até) engraçada, às ditaduras latino-americanas, Bananas é dirigido e estrelado por Woody Allen. Um americano idiota vai a San Marcos, uma republiqueta sob regime ditatorial, e acaba como presidente revolucionário (as referências a Cuba são várias). O filme não é lá grande coisa, mas compensa ver.

sábado, novembro 25, 2006

O Coronel e o Lobisomem - 5

O Coronel e o Lobisomem
(O Coronel e o Lobisomem, 2005)

Um coronel (Diogo Vilela) promete, em um tribunal, provar que seu acusador (Selton Mello) é, na verdade, um lobisomem. Para tanto, conta a história dos dois, desde crianças, e paixão pela bela Esmeraldina (Ana Paula Arósio). Filme brasileiro com momentos interessantes e engraçados. Pode ser um pouco monótono em algumas partes, mas vale a pena.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Morre Philippe Noiret

O ator francês Philippe Noiret faleceu quinta, dia 23, aos 76 anos, em Paris. Conhecido, principalmente, por interpretar Alfredo, em Cinema Paradiso, e Pablo Neruda, em O Carteiro e o Poeta, Noiret fez mais de 160 filmes em cinco décadas.

quarta-feira, novembro 22, 2006

O Gabinete do Dr. Caligari - 7

O Gabinete do Dr. Caligari
(Das Cabinet des Dr. Caligari, 1920)

Filme mudo, expressionista, alemão, da década de 1920. É um dos mais famosos de sua época (diga-se, de passagem, época em que a Alemanha vivia sua República de Weimer). O enredo parece simples: um homem controla um sonâmbulo para cometer assassinatos. A história vai-se desenrolando e logo vemos algo mais bem elaborado e interessante. O filme é repleto de cenários expressionistas, que contribuem para uma atmosfera insana e sombria. Se for assistir a este filme, procure uma versão cujo áudio tenha sido refeito; há uma disponível datada de 1996.

terça-feira, novembro 21, 2006

O Dorminhoco - 6.5

O Dorminhoco
(Sleeper, 1973)

Um saxofonista (Woody Allen) foi a um hospital fazer uma pequena cirurgia, mas os médicos decidiram congelá-lo. Duzentos anos depois, em 2173, é acordado para combater um governo autoritário, ao lado de uma bela mulher (Diane Keaton). O filme é da fase comédia de Woody Allen, bem ao estilo "Os Trapalhões", mas conta com piadas, às vezes, bem elaboradas. Mostra também porque tem tanta gente que, até hoje, é apaixonado pela Diane Keaton dos anos 1970.

Morre Robert Altman

O diretor americano Robert Altman faleceu segunda, dia 20, aos 81 anos, em Los Angeles. Conhecido por filmes como MASH, Assassinato em Gosford Park e Nashville, recebeu este ano o Oscar Honorário pelo conjunto da obra.

terça-feira, novembro 14, 2006

Sob o Céu do Líbano - 3

Sob o Céu do Líbano
(Le Cerf-Volant, 2003)

Uma menina libanesa de 16 anos é prometida em casamento a um primo que mora logo depois da fronteira com Israel. Ela não aceita a idéia e apaixona-se por um soldado Israelense. O filme até começa razoável, mas o final é péssimo. Esqueça este filme na prateleira da locadora.

sábado, novembro 11, 2006

Volver - 8.5

Volver
(Volver, 2006)

Depois de morta, o fantasma de Irene (Carmen Maura) volta para resolver algumas questões que não pôde em vida. Considerando o filme como entretenimento, este talvez seja o melhor de Pedro Almodóvar. É engraçado, humano e trata questões complexas com leveza e realidade. A trama é desenrolada de modo a manter o espectador atento até o final. Penélope Cruz, uma das filhas de Irene, tem, provavelmente, a melhor atuação de sua carreira (apesar da cena toscamente dublada). Não perca!

sexta-feira, novembro 10, 2006

Cinema Paradiso - 10

Cinema Paradiso
(Nuovo Cinema Paradiso, 1989)

Cinema Paradiso é um daqueles filmes obrigatórios para quem gosta de cinema. Uma obra-prima, dirigida por Giuseppe Tornatore. Conta-nos as lembranças de infância e juventude de um diretor de cinema. Quando criança, Salvatore (Totó) viva em uma pequena cidade italiana, logo após a 2ª Grande Guerra. Seu principal passatempo era acompanhar o projecionista do cinema, Alfredo, cujo ofício Totó aprendeu. Seu amor pelo cinema, sua amizade com o projecionista e sua paixão adolescente são cultivados no decorrer dos anos. É original, simples e belíssimo. Destaque para a atuação do pequeno Salvatore Cascio. Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 1990.

Filmes para quem fez REL

Lanço aqui uma lista de filmes obrigatórios para quem cursou Relações Internacionais ou atua na área. É uma lista interativa; vou apontar alguns e vocês podem adicionar.

Código de Ataque
O Jardineiro Fiel
O Senhor das Armas
A Intérprete
Treze Dias que Abalaram o Mundo
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Nós que nos Amávamos Tanto - 8.5

Nós que nos Amávamos Tanto
(C'Eravamo Tanto Amati, 1974)

Três amigos lutaram juntos contra o fascismo na Itália. Anos depois, cada um tomou um rumo e o mundo mudou. Filme muito bem dirigido por Ettore Scola; fala de sonhos e amores, dinheiro e política, futuro e passado, e até de cinema. É uma bela película que nos faz pensar e repensar a vida.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Fahrenheit 451 - 9.5

Fahrenheit 451
(Fahrenheit 451, 1966)

Fascinante! Baseado no romance homônimo de Ray Bradbury e dirigido por François Truffaut, conta-nos de um futuro em que os livros são proibidos. Para destrui-los, foi criado o batalhão de bombeiros Fahrenheit 451. Isso mesmo, bombeiros criam fogo, não o combatem. Embora da décade de 1960, o filme conseguiu construir um cenário futurístico que mesmo hoje é válido. A filmagem é exemplar e os diálogos interessantíssimos. Enfim, uma ótima adaptação para o cinema. Um dos melhores filmes a que já assisti. Sou o Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago; muito prazer.

quarta-feira, novembro 08, 2006

O Garoto no Cavalo Galopante - 5.5

O Garoto no Cavalo Galopante
(Chłopiec na Galopującym Koniu, 2006)

Um casal e seu filho moram no interior da Polônia. O casal tem com problemas de relacionamento. O pai, um escritor, está em crise de inspiração. O filho, cujo sonho é conhecer uma loja de brinquedos em Gdansk, fica doente. Tudo é parte de um breve momento retratado neste filme polonês em preto e branco. Bela fotografia; mas pode deixar alguns com muito sono.

terça-feira, novembro 07, 2006

Fonte da Vida - 8

Fonte da Vida
(The Fountain, 2006)

Três histórias paralelas: século XVI, hoje, futuro. Um homem busca a "Árvore da Vida" para salvar a mulher que ama. Hugh Jackman (Wolverine, em X-Men) e Rachel Weisz (Oscar de Melhor Atriz por Jardineiro Fiel) protagonizam esse complexo drama existencialista, repleto de questões filosóficas, religiosas e espiritualistas. O filme é muito bem dirigido, apesar de uns deslizes de edição. Para quem conhece a série japonesa Evangelion, há um gostinho a mais.

segunda-feira, novembro 06, 2006

5 Dias - 7

5 Dias
(5 Days, 2005)

Documentário israelense, muito interessante, sobre os 5 dias da desocupação da Faixa de Gaza. O filme traz duas perspectivas: a da IDF (Israeli Defense Forces) e a da "resistência". Dentre vários temas interessantes, trata do radicalismo judaico e da comoção gerada nos assentamentos israelenses em Gaza.

Nem Sansão Nem Dalila - 6.5

Nem Sansão Nem Dalila
(Nem Sansão Nem Dalila, 1955)

Primeiro filme de Oscarito que vejo. Nem Sansão Nem Dalila transporta o astro da Atlântida para a Gaza de 1300AC. Lá rouba a peruca de Sansão e transforma-se num ditador. É um filme bobo; há momentos engraçados. Interessante ver um filme brasileiro tão antigo, ver como há expressões que hoje não mais usamos. Interessante também perceber as origens de Os Trapalhões e do Casseta & Planeta; o estilo é semelhante, mas o original é melhor. Por fim, ressalto o que mais me impressionou: as críticas explícitas a Getúlio Vargas. Há momentos em que até nós, que não vimos ou ouvimos o ex-presidente, temos certeza de que Oscarito o está imitando. Se puder, assista.

domingo, novembro 05, 2006

Lições de Vida - 6

Lições de Vida
(Driving Lessons, 2006)

Um menino foi educado (controlado) por sua mãe ultra-religiosa e tem grandes dificuldades para ser "dono do próprio nariz". Até que um dia ele passa a trabalhar para uma senhora excêntrica, e tudo muda na vida dele. É com o Rupert Grint, aquele ator que fez o Ron Weasley, amigo do Harry Potter. O roteiro é interessante e há cenas divertidas.

sábado, novembro 04, 2006

37 Utilidades para uma Ovelha Morta - 7

37 Utilidades para uma Ovelha Morta
(37 Uses for a Dead Sheep, 2006)

Documentário anglo-turco sobre a tribo quirguiz do Pamir, na Ásia Central. A tribo refugiou-se na URSS, depois na China, depois no Afeganistão, depois no Paquistão e, por último, na Turquia. O filme é um making off de si mesmo. Os atores, que são os próprios membros da tribo, reconstroem o passado, desde a primeira migração até a nova geração, que vive em Istanbul. No decorrer, o diretor mostra como fez o filme, inclusive as conversas com eles. É engraçado e muito interessante. Detalhe: o nome tem sentido; é impressionante como uma ovelha pode ser útil.

Só Deus Sabe - 3

Só Deus Sabe
(Sólo Dios Sabe, 2006)

Filme brasileiro ainda é difícil de ser bom. Não gostei deste. Até estava indo bem, até metade. Depois, sei lá, degringolou. Conta a história de uma brasileira, residente nos EUA, que perde o passaporte ao entrar no México. Daí ela conhece um mexicano e os dois vivem um romance fulminante. Daí pra frente a história se arrasta, lentamente. Parece ter uma quebra de roteiro: da metade em diante a coisa muda completamente. O final é incompatível com o começo. A única coisa interessante do filme é que é falado em três línguas. E daí ?, você pergunta. É muito estranho assistir a um filme em inglês ou espanhol e, de repente, alguém fala português. Curioso, mas é verdade. Nossa língua soa de fato diferente, meio que amolengada, cadenciada. Deve ser assim que estrangeiros ouvem o português do Brasil.

sexta-feira, novembro 03, 2006

Feliz Natal - 9.5

Feliz Natal
(Joyeux Noël, 2005)

Belíssimo filme! Na véspera de Natal de 1914, em plena Grande Guerra, soldados franceses, alemães e escoceses confraternizam-se. Com boas atuações, ótima fotografia e, especialmente, um roteiro interessante, baseado em fatos reais, o filme surpreende. Para quem gosta de história como eu, o filme ainda terá um gosto especial. Para quem não gosta tanto, ainda assim vale a pena, pois é de uma sensibilidade rara, que o diretor soube passar habilmente. Assista!

O Paraíso de Schnitzel - 3.5

O Paraíso de Schnitzel
(Het Schnitzelparadijs, 2005)

Primeiro filme a que assisti no Festival Internacional de Cinema deste ano. Produção holandesa; é engraçado, mas bem fraquinho. Conta a história de um imigrante marroquino que se apaixona por uma holandesa. A idéia do filme era pra ser uma comédia, e até é, em certo sentido, mas foi dominada pelo lixo americano. Até a trilha sonora é em inglês, com músicas bobinhas típicas de Sessão da Tarde. Uma pena. Minha única conclusão deste filme é que holandês é, verdadeiramente, uma língua bizarra.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Orgulho e Preconceito - 7.5

Orgulho e Preconceito
(Pride & Prejudice, 2005)

Filme baseado no romance homônimo de Jane Austen, trata de uma família simples cujo principal objetivo é casar as (cinco) filhas, na Inglaterra do século XVIII. Traz a bela Keira Knightley no papel da inteligente Elizabeth. Como o próprio título antecipa, orgulho e preconceito são os guias da trama, do começo ao fim, de forma muito bem explorada. A filmagem foi muito bem feita também, trabalhando com habilidade cenas como "o baile". Keira está especialmente bem, incluindo um sorriso bizarro que ela faz mostrando os dentes. Ademais, vale muito a pena ver os extras.

quarta-feira, setembro 27, 2006

V de Vingança - 6.5

V de Vingança
(V for Vendetta, 2005)

Numa Inglaterra futurista, onde o autoritarismo atinge níveis caóticos, uma figura misteriosa desafia a ordem e prega a revolução. Achei muito interessante; não conhecia a história. Poderiam ter melhorado o final, talvez retratando a Inglaterra se reorganizando. Mas gostei. Tem uma carga política e ideológica muito inteligente e atual.

segunda-feira, setembro 25, 2006

O Diabo Veste Prada - 6

O Diabo Veste Prada
(The Devil Wears Prada, 2006)

Uma jovem jornalista decide tentar a vida como secretária de uma das maiores editoras de revista do ramo da moda. Há muito se falava deste filme, principalmente por conta do figurino. Para mim isso é ainda um enigma. Diz-se que o filme saiu a "módicos" US$ 35 milhões, enquanto que foi usado, talvez de forma kitsch (como alguns sugerem), um arsenal de roupas de grife. Ao contrário do que se espera, pouco se vê de Prada, mas há Chanel em todos os cantos, acompanhados de Dolce & Gabanna, Valentino e Calvin Klein. Quanto às atuações, a Cinderela Anne Hathaway é a mesma de sempre, mas Meryl Streep, encarnando a (não tão má) Miranda Priestley, salva a película do desastre. Afinal, é uma "Sessão da Tarde". É divertido, nada mais que isso. Destaque para a trilha sonora, em especial para "Suddenly I See", de KT Tunstall, que abre o filme.

X-Men: O Confronto Final - 4.5

X-Men: O Confronto Final
(X-Men: The Last Stand, 2006)

Este filme tinha tudo pra ser bom. A idéia por trás dos X-Men é muito inteligente e interessante. Entretanto, como alguns já previam, temos um show de efeitos especiais e um fracasso de enredo. Entrei e saí do cinema sem ter certeza do propósito, mas com a impressão de que foi muito mal aproveitado. É uma pena.

Memórias de uma Gueixa - 7

Memórias de uma Gueixa
(Memoirs of a Geisha, 2005)

Imagine uma menina cujo sonho é ser uma gueixa. Some a isto um amor platônico. É a trama do filme, que, apesar de ter sido celebrado pela fotografia, deixa um pouco a desejar. O desenrolar é interessante, salvo em momentos de obviedade pura. No todo, acho que vale a pena assistir. É bem feito.

sexta-feira, setembro 22, 2006

Cold Mountain - 7

Cold Mountain
(Cold Mountain, 2003)

Nicole Kidman e Jude Law vivem um romance durante a Guerra Civil Americana. Achei o final meio fraquinho, mas vale a pena ver o filme. Muito bem produzido e ambientado, com belas cenas de fundo, boa fotografia. Os atores também ajudam, vale dizer.

terça-feira, setembro 19, 2006

Ultravioleta - 3

Ultravioleta
(Ultraviolet, 2006)

Filminho muito fraco com Milla Jovovich. Conta a história de uma sociedade futurística que convive com uma doença vampiresca. Pra quem gosta de vampiros, Blade é muito melhor, pra quem gosta de efeitos visuais, até Aeon Flux é melhor. Nem sei porque assisti.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Superman: O Retorno - 6

Superman: O Retorno
(Superman Returns, 2006)

Nossa, que expectativa! Este filme já estava fazendo aniversário na imaginação dos fãs. Infelizmente, como alguns haviam previamente anunciado, o filme não é lá grande coisa. Perderam a chance de fazer como fizeram com Batman, ou seja, recomeçar em grande estilo. Optaram pela fórmula de sempre, sem graça e fora de moda. Não é que o filme seja ruim, mas poderiam ter feito muito melhor. Há apenas uma mudança interessante: este super-homem é um pouco mais humanizado, como fica claro na parte final. Eu preferia uma continuação de Smallville nas telonas; pelo menos seria mais agradável.

terça-feira, setembro 12, 2006

Código Da Vinci - 7

O Código Da Vinci
(The Da Vinci Code, 2006)

Baseado no bestseller homônimo de Dan Brown, talvez o filme mais esperado do ano, O Código Da Vinci conta a intrincada aventura de Robert Langdon, especialista em simbologia, buscando desvendar os segredos do Priorado de Sião (e da Igreja Católica). A megaprodução deixa a desejar para quem leu o livro, principalmente em relação à análise das obras de arte. Para quem não leu, o filme parece mais um qualquer de hollywood: aventura e pseudo-romance. De qualquer forma, dois pontos favorecem a película. A presença de grandes nomes do cinema foi um acerto. Tom Hanks, Audrey Tautou (Albergue Espanhol e Amélie Poulain, ela mesma), Ian McKellen (Magneto, em X-Men, e Gandalf, em O Senhor dos Anéis), Jean Reno (Godzilla e O Profissional), Alfred Molina (Homem Aranha 2 e Frida) e Paul Bettany (Dogville) garantem a fama do livro. Este, por sinal, é o segundo ponto favorável. Com mais 60 milhões de cópias vendidas por todo o mundo, o sucesso de bilheteria é inquestionável. Combinando aventura, thriller e teorias da conspiração não há como ser diferente, e Dan Brown soube converter tudo isso em um produto altamente rentável. Há mesmo quem afirme que "a história é real e mostra a verdade sobre a Igreja e a Opus Dei". Por essas e outras, recomendo este filme, assim como o livro. Não é todo dia que vemos uma obra de ficção entrar para a história.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Uma Vida Iluminada - 4.5

Uma Vida Iluminada
(Everything is Illuminated, 2005)

Filme um pouco monótono, protagonizado por Elijah Wood, apresenta interessante história de um judeu-americano que decide ir à distante Ucrânia, terra de seu avô. Humor leve com crítica social e histórica. Destaque para a fotografia e a excentricidade do personagem principal.

sexta-feira, setembro 08, 2006

O Maior Amor do Mundo - 7.5

O Maior Amor do Mundo
(O Maior Amor do Mundo, 2006)

Gostei. Não era pra gostar, pois geralmente não me agrada. Eis um daqueles filmes que, sem se esperar, vem de encontro, tromba, e termina ao seu lado. Vá entender. Aliás, entender este filme não é coisa boba, não. Com intrincado enredo, dirigido por Cacá Diegues e protagonizado por José Wilker, O Maior Amor do Mundo conta a história de um astrofísico brasileiro que, próximo ao mal irremediável, decide buscar suas origens (ou amores). Bela trilha sonora, apesar de às vezes desencontrada, muito boa interpretação de Wilker e agradável presença de Taís Araújo. Recomendo este nacional, mas desafio a explicação do título; eis um grande enigma.

Reinauguração

Prezados leitores,

é com prazer que anuncio a reinauguração deste blog após quase 5 meses de cortinas fechadas.

The show must go on...

quinta-feira, abril 20, 2006

A Queda - 7.5

A Queda
(Der Untergang, 2004)

Filme dramático e muito bem produzido que conta os últimos dias e horas de Hitler. Foi baseado nos relatos de sua secretária pessoal e traz os fatos de forma crua e real. O filme é longo para o tema, mas vale pela recriação do ambiente e excelente interpretação de Bruno Ganz como Hitler.

sábado, abril 15, 2006

O Senhor da Guerra - 8

O Senhor da Guerra
(Lord of War, 2005)

Este não é mais um filme bobo do Nicholas Cage, nem mais um filme de explosões sem sentido. O Senhor da Guerra é um filme denso e com importante conteúdo. Conta a história de um grande vendedor ilegal de armas que abasteceu os principais conflitos armados do mundo dos anos 1980 até hoje. É mais um filme que nos chama a atenção para os conflitos e para quem lucra com eles. Indispensável para estudiosos e profissionais das relações internacionais.

Diários de Motocicleta - 9

Diários de Motocicleta
(Diarios de Motocicleta, 2004)

Filme dirigido pelo brasileiro Walter Salles, baseado nos diários de Ernesto "Che" Guevara e Alberto Granado, conta a primeira viagem de Che pela América Latina, sobre a moto La Poderosa. É uma bela película, muito bem dirigida e adaptada, com belíssima fotografia e trilha sonora. A história é realmente interessante e muito bem contada. Para completar, Che Guevara é interpretado pelo excelente ator mexicano Gael García Bernal. Recebeu Oscar de Melhor Canção Original. Altamente recomendado.

sexta-feira, abril 14, 2006

Zatoichi - 7.5

Zatoichi
(Zatoichi, 2003)

Este não é um filme japonês comum: tem humor e ação ao mesmo tempo. Zatoichi é um samurai cego do século XIX que perambula pelo interior do Japão. Foi uma série de televisão de grande sucesso e foi transformado em filme pelo diretor e ator Takeshi Kitano, que faz o próprio Zatoichi. Além da peculiar história, o filme conta com boa fotografia e excelente musicalidade.

Camelos Também Choram - 6.5

Camelos Também Choram
(Geschichte vom Weinenden Kamel/Ingen Numsil, 2003)

Dois cinestas iniciantes, um alemão e um mongol, resolvem fazer um documentário sobre uma famosa lenda na Mongólia que diz que quando uma camela rejeita o próprio filho um ritual musical fará que ela o aceite. O curioso foi que eles presenciaram isso, a partir do nascimento de um camelo albino. Fotografia excelente e temática original fizeram deste filme um sucesso no mundo todo, incluindo indicação para o Oscar de melhor documentário. Você nem perceberá quão amadora é a produção.

Bonequinha de Luxo - 7

Bonequinha de Luxo
(Breakfast at Tiffany's, 1961)

Baseado no romance homônimo de Truman Capote, este clássico é estrelado pela belíssima Audrey Hepburn, como Holly Golightly. É um filme um pouco confuso, com narrativa irregular, mas vale a pena, não só pela protagonista, mas também pelo total da obra, que é bem interessante. Destaque para a música tema do filme, Moon River, que ganhou Oscar em 1962.

Matadores de Velhinhas - 1

Matadores de Velhinhas
(The Ladykillers, 2004)

Não resta dúvida de que este foi o pior filme que já vi em toda minha vida. Este é um remake do homônimo de 1955, que ainda terei a curiosidade de conferir. Conta a história de um grupo de ladrões que se muda para a casa de uma velha para planejar e executar o assalto. A versão de 2004, com Tom Hanks (com boa atuação, ao contrário do restante), é lamentável, em todos os sentidos. Não perca seu tempo com esta catástrofe do cinema moderno. Dou um ponto para o Tom Hanks; de resto não há o que ver.

E la Nave Va - 6.5

E la Nave Va
(E la Nave Va, 1983)

Momentos antes da Primeira Grande Guerra, uma diva da música morre e suas cinzas serão jogadas ao mar. Para acompanhar o cortejo, seus amigos (ou não) seguem no peculiar navio. O filme, dirigido por Fellini, é uma das obras mais famosas do cinema, mas eu não gostei tanto. A música e a fotografia do filme são impecáveis, mas é monótono muitas vezes. Destaque para a narrativa na primeira pessoa.